Entrevista com Luis Pato – Parte 3 – O Mundo dos Vinhos
Chegamos à parte final da nossa entrevista com o grande enólogo Luis Pato. Aposto que você nem percebeu o tempo passando, não é mesmo? Com tantas informações e curiosidades sobre o mundo dos vinhos.
Como já falamos sobre tudo que cerca o seu trabalho, falta mesmo apenas uma parte: O mercado. E é sobre isso que ele nos contou, principalmente na questão dos espumantes, uma das suas especialidades.
O mercado dos vinhos
Quando o assunto é o mercado internacional, o Luis e eu concordamos logo de cara! O espumante é o que mais tem se sobressaído. De acordo com ele, isto é ótimo, pois impulsiona a produção.
Mas ele também tem uma visão, como já era de se esperar de um empreendedor visionário, que o mercado se adaptará a novas tendências em termos de vinhos feitos para a geração de pessoas entre 25 a 30 anos, ou seja vinhos feitos para consumo rápido.
E, como vocês sabem, eu concordo totalmente com esta visão! Afinal, vinhos deste tipo têm se tornado uma verdadeira moda, principalmente entre o público mais jovem! E este é um outro tópico que discutimos, as mudanças rápidas no mundo dos vinhos.
Inovar, consumir e aprender com o consumidor
É claro que alguém com tanta bagagem, também tem muitas histórias. Sobre a evolução rápida no mundo dos vinhos, Luis relembra um episódio na International Wine em 1990 “É um evento que vamos para degustar vinhos às cegas de todo o mundo. E experimentei um vinho australiano, era um Chardonnay em 15 graus, carregado de madeira de Carvalho americano, que tem o toque de butterschot da baunilha e o coco americano”.
De acordo com ele, o vinho não o agradou nem um pouco, mas se tornou uma febre entre os outros provadores. No ano seguinte, em 1991, o tal vinho australiano já estava completamente ultrapassado.
Isso mostra que no mundo dos vinhos tudo acontece muito rápido e é preciso se adaptar! De acordo com ele, o caminho é investir em vinhos biodinâmicos e com intervenção mínima, nos naturais bem feitos! E, sejamos sinceros, o caminho é mesmo sempre a inovação!
Pois como ele mesmo diz, tudo se transforma, inclusive no mundo dos vinhos.
“O novo mundo mostra a uva e não a expressão dela, pois não tem tempo de fazê-lo. O novo mundo vinifica conforme a uva e não conforme a terra.