Entrevista com Luis Pato – Parte 2 – Os vinhos de Luis Pato
No mundo dos vinhos existem uma variedade enorme de uvas viajantes, mas Portugal é sempre um mistério. Como um país tão pequenininho tem tantas variedades e vinhos de tanta qualidade?
Felizmente, estamos com a pessoa certa para responder estas perguntas! Na segunda parte desta entrevista com Luis Pato, falamos sobre o que ele faz de melhor: Os vinhos! Falamos sobre os tipos de vinho que ele produz e como são feitos, confira!
Os vinhos de Luis Pato
Para Luis Pato, fazer vinhos é realmente uma arte- e esta arte é apreciada também pela família. Para se ter ideia, ele não deixa de paparicar os netos como foi o caso do Francisco, que ganhou de presente do vovô um vinho rosado pra lá de especial!
É um vinho de sobremesa, onde o Luis congela o suco duas vezes para retirar a água do mosto. Depois de concentrado, a fermentação é interrompida com nove graus! Pare e pense comigo: este é um vinho de gelo! Só que ele é feito em casa.
E é claro que também são feitos os clássicos por ali, com cinco tipos de uvas. Para os tintos, é claro que a Baga é a estrela principal. Mas também utilizam a Touriga Nacional para vinhos de entrada. Já para os brancos, a escolhida é a Uva Bical, uma variedade regional e a Cercial, uma prima do Douro.
Ah, eles também contam com outra variedade muito especial, a Cercialinho, que é o cruzamento da Cercial da Madeira com o Alvarinho. Acho que dá pra entender o nome desta uva agora, não é?
“Nos tintos temos a BAGA, vários níveis – baga de entrada, chama Vinhas Velhas, que é de três vinhas com mais de 35 anos de idade. Vinhos de vinhedo, como o Vinha Pan e o Vinho Bairrosa, que foram os primeiros, e originaram o Quinta do Moinho e o Viamar, que são vinhos de parcela. “
Todas as uvas são plantadas em solo argilo calcário, porém, como são de locais diferentes, todos os vinhos apresentam sabores distintos. Ah, estes são feitos para a guarda! Podem ser deixados em repouso por mais de 30 anos!
Intervenção Mínima
Outro diferencial dos vinhos que Luis produz é que ele os comercializa com intervenção mínima. E o que é isso? Isso quer dizer que todo processo é tão natural quanto possível. E ainda que ele goste de experimentar, todo o processo de elaboração ainda é tradicional!
Para a vinificação, não são utilizados herbicidas e o mínimo possível de pesticidas. E este pouquinho ainda é para evitar ataques de borboletas. De acordo com ele, isto é em respeito ao consumidor, que espera um produto de qualidade!
Para se ter noção, os vinhos não possuem leveduras extras, acidificação, chaptalização nem mosto concentrado. Durante a fermentação não usam sulfuroso, usamos apenas depois da malolática, mesmo assim de forma natural. Não há produtos químicos. É um risco, por isso é necessário manter um olho atento à temperatura.
E nos brancos, a levedura era comprada até 2018, mas agora, o processo também é totalmente natural. “Nós utilizamos uvas com 11/12% de álcool para ter muita acidez, depois fermentam a casta Cercial de Bairrada. Oxidamos o mosto para não precisar de usar sulforoso.”
“Eu utilizo a química para não ter que utilizar produtos químicos, é assim que a minha formação me auxilia, pois até a oxidação é natural, o oxigênio que respiramos!” conta.
A técnica de oxidação do mosto já é utilizada desde 2015 pelo Luis, o que o tornou o primeiro produtor português a entregar um espumante totalmente sem sulfuroso e totalmente feito de Baga!
Vinhos Únicos
E é claro que um enólogo do cacife de Luis Pato teria alguns trunfos na manga, não é mesmo? São dois vinhos feitos com Baga em Pé Franco, o primeiro é “Quinta do Ribeirinho” , produzido desde 1995 e, acredite! Já apresentado ao Brasil desde 1997.
E por ideia de um curitibano, Guilherme Rodrigues, um grande gastrônomo, que o sugeriu que plantasse o Pé Franco no argilo calcário e, não é a que experiência deu certo? O segundo vinho se chama Vinha das Valadas!
Gostou do conteúdo? Então se segure que logo mais vem a parte final da nossa entrevista!