Acontece que lá em 1800, antes da praga extinguir a Carménère na França, algumas mudinhas tinham sido levadas ao Chile. Só que lá, a espécie foi confundida com a Merlot e acabou sendo comercializada como ela.
Para os chilenos, a Carménère era uma espécie de “clone” da Merlot e isso fazia com que a colheita fosse feita da mesma forma. Acontece que a Merlot amadurece de 4 a 5 semanas antes da Camérnère e isso afetava a qualidade dos vinhos daquela época. Que confusão, hein?
Como a uva ainda estava um pouco verde, isso acentuava a pirazina, que é um composto orgânico encontrado nesta uva e também nos pimentões verdes, o que dava um gostinho muito herbáceo aos vinhos.
Na década de 1990, um viticultor chamado Jean-Michel Boursiquot, desfez a confusão na cabeça dos chilenos, que passaram a colher e produzir a uva com excelência, transformando os vinhos chilenos em referência mundial. Para se ter uma ideia, hoje, 99% dos vinhos feitos com essa variedade consumidos no Brasil, são chilenos!