A chegada que muda o compasso
Já visitei muitos países e regiões vinícolas — o Chile é o 35º — e, ainda assim, nunca imaginei atravessar uma capital sem parar, rumo a uma hospedagem. Mas foi exatamente o que fizemos: deixamos o aeroporto, cruzamos Santiago pela autopista e seguimos direto ao Hotel Casa Real, no Vale do Maipo.
A euforia não era só pela estreia no Maipo; era a vontade de viver uma experiência em casa histórica, com sofisticação discreta e atenção ao detalhe — nos padrões que superaram, e muito, minhas expectativas.
Como escritora, não consigo conduzir você até o fim sem antes partilhar as sensações. Não “conheci o Chile” ali — tinha acabado de chegar — e, no entanto, senti uma nobreza europeia no ar. Vivi anos na Europa e inevitavelmente comparo cenários: castelos, palácios, hospedagens premiadas. E confesso que não esperava encontrar esse grau de refinamento logo no primeiro dia entre vinhedos — e justamente em um palacete de 16 quartos, protegido por muros que guardam jardins que respiram tempo.
Mais tarde…descobriria que não eram apenas jardins: era, de fato, um jardim botânico, pela variedade de espécies, pelas décadas inscritas em cada tronco, pelo silêncio vivo das alamedas.
O primeiro passo entre árvores centenárias
Cruzar o portão do Hotel Casa Real é pisar em outro século — mas não aquele artificialmente construído para turistas. Aqui, a história está na madeira dos móveis, no mármore dos corredores, no silêncio que habita os salões. A proposta é simples e, por isso, rara: hospedar-se como quem ocupa, por alguns dias, uma casa de nobres.
Caminhei pelos jardins na primeira manhã e entendi: não são apenas jardins decorativos. É um jardim botânico vivo, onde cada árvore tem sua idade contada em décadas, onde cada caminho foi pensado para a contemplação. A capela histórica se ergue entre as copas, e descobri depois que ali acontecem concertos — não shows, concertos. A diferença não é semântica; é sensorial.
Do meu quarto, via esse jardim e sabia que a poucos metros tinha uma piscina de inspiração clássica, desenhada ao estilo dos banhos romanos, refletindo o céu andino. Não é a piscina “para nadar” de um resort; é o espelho d’água que completa a arquitetura e lembra que, para que o tempo exista, é preciso pausa. A arquitetura conversa com o tempo — e com quem tem tempo para conversar.
A mesa como altar dos detalhes
Dormir com conforto em móveis centenários restaurados é uma coisa; despertar para o ritual do café da manhã é outra experiência completamente distinta. À minha frente, um chafariz sussurrava; nas paredes, aquele salmão clássico que só casas com personalidade ousam usar.
As frutas chegaram com mel produzido na propriedade. Pedi ovos pochê. Vieram perfeitos: clara translúcida, gema macia, temperatura certa. Não é sobre a comida mais cara: é sobre a intenção correta. É a energia de quem serve bem, de quem entende que cada gesto na mesa é uma forma de cuidar.
Do acordar ao dormir, éramos cercados de detalhes. Nas degustações ao pôr do sol e no jantar harmonizado, as taças estavam impecáveis — não por ostentação, mas por respeito à bebida que chegaria. O guardanapo de linho não era luxo gratuito; era a consciência de que detalhes constroem atmosfera. E a atmosfera, descobri de novo, transforma refeições em memória.
Entre vinhedos e descobertas
Basta descer as escadas, atravessar o jardim botânico que é quintal, e cruzar um portão para chegar ao restaurante Doña Paula. Os vinhedos da Viña Santa Rita se estendem como um tapete verde até as montanhas — é outra história que merece ser contada à parte. Ali entendi a genialidade da localização: estar no coração do Vale do Maipo sem abrir mão da privacidade; ter os vinhedos como extensão da casa sem perder a exclusividade de um endereço particular.
Em um dia inteiro, coube um roteiro completo: caminhar entre árvores centenárias, percorrer os ambientes íntimos da casa de hóspedes, visitar o Museu Andino e reconhecer ali uma parte poderosa da cultura do Chile, mergulhar na história da Viña Santa Rita — que se confunde com a história do vinho no país —, fazer uma degustação premium e assistir ao pôr do sol com taça na mão.
Nos salões do hotel, as degustações acontecem com a naturalidade de quem serve vinho na própria sala de estar. Não há teatro. Há conhecimento compartilhado com elegância, e enquanto provamos a gastronomia do restaurante renomado, terminamos o dia assistindo ao pôr do sol regado aos vinhos da Viña Santa Rita, Carmen e outras etiquetas que compõem a memória do Vale. Um roteiro completo onde a sofisticação simplesmente acontece.
E então, finalmente, nos entregamos aos braços de Morfeu: dormir profundamente naquela cama abençoada e despertar renovados, embalados pelo bosque e pelo canto dos pássaros.
Por que escolher o Hotel Casa Real no Vale do Maipo
- Palacete histórico da Viña Santa Rita com apenas 16 quartos (hospedagem boutique de verdadeira exclusividade)
- Jardim botânico e capela histórica com programação de concertos
- Degustações premium e proximidade imediata aos vinhedos (restaurante Doña Paula a poucos passos)
- Museu Andino no mesmo complexo, para ampliar repertório cultural
- Localização ideal: Vale do Maipo, a poucos quilômetros de Santiago, com acesso simples pela autopista
O que fazer em 1 ou 2 dias no Valle do Maipo
- Dia 1 — passeio pelos jardins e capela; almoço no Doña Paula; visita ao Museu Andino; degustação premium no fim da tarde; jantar harmonizado no hotel.
- Dia 2 — caminhada matinal pelos vinhedos; visita guiada à Viña Santa Rita; tempo livre na piscina; pôr do sol com vinhos do Maipo.
E assim você já sabe como montar um ou dois dias perfeitos no Maipo, entre vinhedos.
Como chegar
Do aeroporto de Santiago ao Hotel Casa Real: percurso direto pela autopista (aprox. 45–60 minutos, conforme trânsito). Para quem busca onde ficar no Vale do Maipo sem trocar de hotel em Santiago, é uma solução eficiente.
Dicas para aproveitar melhor
- Reserve com antecedência períodos de alta demanda (primavera e vindima).
- Programe pelo menos uma tarde inteira livre apenas para o jardim botânico e a piscina.
- Inclua o Museu Andino no mesmo dia da degustação: a experiência sensorial ganha camadas quando há contexto histórico.
- Se for jantar no hotel, alinhe horários com a equipe para uma harmonização sem pressa.
Degustação premium
A experiência premium pode ser reservada diretamente com a Viña Santa Rita; vale checar safras, rótulos e disponibilidade de visitas em inglês ou espanhol. [faça sua reserva AQUI]
O luxo que não se mede
Assim como o vinho, a sofisticação não está no rótulo mais caro, mas no que é cuidadosamente preparado e bem servido. O Hotel Casa Real lembra isso de forma serena: não é sobre quanto custa; é sobre quanto cuidado há em cada gesto.
Há exclusividade para quem deseja senti-la — não a exclusividade que exclui, mas a que acolhe com critério. Viver bem, aqui, é questão de presença: perceber que cada detalhe foi pensado para o seu bem-estar.
E, digo com convicção, vale a pena.
Vale do Maipo: onde as memórias nascem
Para winelovers que buscam enoturismo premium no Chile, o Hotel Casa Real oferece algo raro: experimentar a sofisticação como filosofia de vida, não como status. A poucos quilômetros de Santiago, mas em outro universo sensorial. No coração do Vale do Maipo, cercado de vinhedos históricos e jardins que respiram décadas de cuidado.
É um lugar para parar, respirar e redescobrir que sofisticação, antes de tudo, é uma questão de alma.
Roteiros personalizados no Vale do Maipo
Organizo viagens sob medida que integram hospedagens boutique, visitas técnicas, degustações guiadas e experiências culturais, basta fazer contato pelos meus canais de social media.
Porque no vinho, como na hospitalidade, a nobreza mora nos detalhes — e nas histórias que eles contam.
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Curadoria autoral em enoturismo:
grupos pequenos e ritmo contemplativo.
Veja o vídeo completo do passeio aqui:


