Você não precisa esperar um jantar formal ou uma data comemorativa para abrir um bom vinho. Aliás, nem precisa preparar um prato refinado ou um prato francês para viver uma experiência enogastronômica marcante. Comida de verdade, da que a gente faz em casa com afeto e regionalidade, é mais do que suficiente para se conectar com uma boa taça.
Esse é justamente o espírito do meu e-book Em Busca da Harmonização Perfeita: mostrar que a harmonização perfeita é subjetiva, sensorial e – acima de tudo – possível no seu cotidiano. A sofisticação não está na dificuldade da receita, mas na atenção que você dedica ao momento.
Harmonização é um convite à experimentação
Quando me perguntam sobre como combinar vinho com comida, minha primeira resposta é: observe os elementos principais do prato – intensidade, peso, acidez, textura e aromas. A partir daí, você pode buscar equilíbrio (harmonização por contraste) ou afinidade (harmonização por semelhança). No e-book, explico isso com detalhes e exemplos práticos para você ganhar autonomia.
Veja este caso:
🍚 Risoto de Brie com Crocante de Parma
- Opções de vinho:
- Sauvignon Blanc de regiões frescas, com acidez viva e perfil aromático herbal.
- Chardonnay (Chablis) sem madeira, valorizando mineralidade e frescor.
- Cabernet Franc brasileiro, com taninos leves e acidez equilibrada.
- Pinot Noir de clima frio, que abraça a cremosidade sem sobrepor.
- Chianti Classico Reserva, elegante, com taninos firmes e ótima acidez.
Esse prato une untuosidade e intensidade, e os vinhos propostos ajudam a ampliar, equilibrar ou refrescar os sabores de forma complementar.
Caso você queira saber mais sobre as uvas, te recomendo a sessão no site sobre as uvas.
E no dia a dia? Com o que você REALMENTE come?
A harmonização de vinho com comida do dia a dia também pode (e deve!) ser um exercício prazeroso. Combinar feijão tropeiro, bobó de camarão, frango com quiabo, ou até uma feijoada completa pode ser um exercício prazeroso.
Vamos aos exemplos:
🥘 Feijoada com espumante brut rosé
- A acidez e o perlage limpam o paladar da gordura da feijoada.
🍤 Bobó de camarão com Viognier ou Sauvignon Blanc
- A untuosidade do prato pede frescor e aromas tropicais.
🐓 Frango com quiabo com Merlot jovem
- Taninos macios e fruta vermelha fresca equilibram o vegetal do quiabo.
🍳 Ovo frito com arroz e vinho tinto leve? Sim!
- Tente com um Pinot Noir leve ou um Bobal espanhol – e se surpreenda.
🍲 Regionalidade com humor (e afeto)
Se tem algo que nós, brasileiros, sabemos fazer bem é valorizar nossa comida regional — e às vezes, até demais. Quer um exemplo? Experimente dizer que a moqueca baiana é melhor do que a capixaba perto de um capixaba… Ou melhor ainda: diga que a moqueca capixaba leva dendê. Você corre o risco de sair do almoço sem sobremesa!
E você sabe o que pode e não pode sobre vinhos e comidas? Te recomendo assistir a esse vídeo que fala sobre as regras: Harmonização de Vinhos e Comidas. Aprenda TUDO aqui!
Essa rivalidade afetiva ilustra muito bem como nossos pratos carregam história, identidade e até certa territorialidade. E não é só no Brasil. Na Espanha, por exemplo, existe a paella Valenciana, feita com carnes como frango e coelho, e a paella de mariscos, muito comum em Barcelona. Ambas são paellas, ambas são espanholas — e ambas despertam paixões.
Essas variações mostram que a comida do dia a dia, feita com alma e sotaque, é rica o suficiente para ser harmonizada com grandes vinhos. Você não precisa esperar um jantar francês para abrir aquele espumante sur lie — pode (e deve!) fazer isso com uma moqueca capixaba bem temperada, com coentro fresco e um bom azeite de oliva.
A harmonização como ferramenta de autoconhecimento
Harmonizar vinho com comida do dia a dia é, também, uma forma de prestar atenção no agora. É nesse exercício simples – escolher um rótulo, sentir os aromas, observar como ele conversa com o prato – que começamos a nos perceber. Afinal, quando deixamos de seguir regras rígidas e passamos a sentir o próprio paladar, inicia a mudança, algo muda dentro de nós. A mesa vira espelho. O momento é um ritual simples e prazeroso. É nesse espaço de atenção que nasce a verdadeira harmonização: não só entre taça e garfada, mas entre sensações e consciência.
No meu livro “O Despertar do Vinho“, falo sobre o valor da atenção plena ao provar um vinho. No capítulo da página 89, escrevo:
“Dê valor a esse momento com o vinho, pois não é o rótulo que vai transformar você em um provador, mas sim a atenção que você dá ao momento em que estiver desfrutando das suas sensações, assimilando aprendizado e compartilhando experiência.”
Essa mesma atenção vale para o que está no prato – e no seu coração. Porque, assim como você deve se conhecer e fazer as perguntas certas para ser um provador, também deve se conhecer e fazer as perguntas certas para saber se é amor. Amor próprio, amor pela cultura, amor pelos seus sabores.
Quer aprender mais?
O e-book Em Busca da Harmonização Perfeita é um convite para transformar sua mesa em palco de experiências surpreendentes. E se você deseja ir além, viver a jornada de forma mais profunda e sofisticada, preencha o formulário de interesse e conheça o programa O Código do Vinho.
Porque cada garrafa aberta sem medo – e com intenção – pode ser o início de algo extraordinário.
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Será que o sabor que você busca na taça não é, na verdade, um reflexo do momento que você vive?