A GERAÇÃO Z decidiu que beber não é mais tão “COOL”. Mas e se o resto do mundo seguisse essa tendência? Seria o fim das bebidas alcoólicas ou apenas o início de um novo jeito de consumir?
Durante décadas, o álcool foi visto como um símbolo de status, diversão e até inteligência social. Mas talvez a pergunta certa seja: será que a gente realmente precisa do álcool para tudo isso?
O consumo de bebidas alcoólicas está caindo entre os jovens nascidos entre o final dos anos 90 e 2010. E isso não é apenas uma moda passageira. Enquanto as gerações anteriores bebiam sem pensar, a Geração Z está mostrando que o consumo de álcool pode (e deve) ser uma escolha consciente.
E se toda a sociedade repensasse essa relação?
Índice:
O mundo mudou. Bem na nossa vez!
Por que a Geração Z bebe menos?
Menos, Melhor para a Geração Z: O Novo Paradigma
A Teoria da Mesa Balanceada e o Consumo Consciente é só para a Geração Z
As Novas Regras na Europa e o Debate sobre a Rotulagem de Álcool
Perguntas Frequentes Sobre Vinho no Brasil
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O mundo mudou. Bem na nossa vez!
Assisti a algumas palestras do Dado Schneider, autor do livro “O Mundo Mudou… Bem Na Minha Vez!”. Sendo ele um senhor com mais de 60 anos, passou por essas mudanças trazidas pela internet de forma ainda mais impactante do que eu.
O que ele diz faz total sentido: mudanças entre gerações sempre aconteceram, mas a geração que viveu a transformação da internet experimentou algo surreal, uma mudança difícil para o cérebro humano assimilar com tranquilidade.
Eu, que trabalho com marketing digital há anos, tenho que lidar com isso todos os dias. As transformações são constantes, incontroláveis e exigem adaptação imediata. Mas quando olho para trás, percebo o quanto o mundo virou de cabeça para baixo:
- Quando eu era criança, o telefone tinha fio, e a gente só podia atender se estivesse em casa.
- Passei a adolescência ouvindo música em fita cassete e disco de vinil.
- Para encontrar os amigos, era preciso combinar antes: Se mudasse o plano de última hora, só dava para avisar ligando na casa de alguém, e torcendo para que a pessoa atendesse.
- Eu fiz curso de datilografia. (nem sei como explicar isso para um adolescente da geração Z, rs).
- Aprendi a usar a internet em um computador de tubo. Hoje, faço tudo no celular, que cabe na palma da minha mão.
O mundo mudou. E mudou na minha vez.
E tudo bem.
Acredito que nunca conseguirei alcançar a forma como a Geração Z processa o mundo. Mas sei que preciso entender e respeitar essas mudanças. A forma como nos conectamos, consumimos informação e tomamos decisões evoluiu.
Então, por que não aceitar essa mudança no consumo de álcool?
Se para mim, que vi a internet surgir, essa adaptação já é um desafio, imagine para quem nasceu nesse mundo acelerado, hiper conectado e líquido (no sentido cunhado pelo filósofo Zygmunt Bauman) ?
Talvez o álcool, para essa nova geração, simplesmente tenha menos sentido.
Por que a Geração Z parou de beber?
A geração Z está bebendo menos. Mas por quê?
- SAÚDE E BEM-ESTAR: Cuidar do corpo e da mente se tornou prioridade.
- REDES SOCIAIS: Ninguém quer ser filmado ou fotografado em momentos de descontrole.
- ECONOMIA: Bebida é cara, e essa geração cresceu em um mundo financeiramente instável.
- MUDANÇA CULTURAL: Ser “descolado” não significa beber muito, mas sim ter autonomia sobre suas escolhas.
O que antes era sinônimo de diversão, agora é questionado.
E isso levanta um alerta para todas as gerações: estamos bebendo porque realmente queremos ou porque fomos condicionados a isso?
Menos, melhor para a Geração Z: O Novo Paradigma
O ponto não é simplesmente parar de beber, mas entender como bebemos e por que bebemos.
O vinho sempre esteve em um patamar diferente. Não é a bebida do exagero, mas sim da experiência, da conexão e da memória afetiva. Aprofunde a compreensão sobre como harmonizar vinhos e comidas, este artigo explora a importância da harmonização na experiência do vinho.
A Geração Z, sem perceber, pode estar resgatando um conceito que levamos décadas para entender: O segredo não está na quantidade, mas no propósito.
A Teoria da Mesa Balanceada e o Consumo Consciente é só para a Geração Z
No meu livro O Despertar do Vinho, proponho a Teoria da Mesa Balanceada, que integra o vinho de maneira consciente em quatro pilares:
- ESTRUTURA FÍSICA: Respeitar os limites do próprio corpo.
- ALIMENTAÇÃO: Consumir vinho com qualidade, em harmonia com uma dieta equilibrada.
- HÁBITOS: Beber deve ser uma escolha pensada, e não um automatismo social.
- EMOÇÕES: O vinho pode ser uma ferramenta de bem-estar, não uma válvula de escape.
📖 Como escrevi no livro:
“Adotando a Teoria da Mesa Balanceada, proponho um enquadramento no qual o vinho é integrado de maneira saudável na vida, respeitando quatro pilares essenciais. Essa abordagem destaca não só a capacidade do vinho de enriquecer nossa dieta de maneira positiva, mas também os riscos de seu consumo excessivo.”(O Despertar do Vinho, p. 320):
A Geração Z pode estar bebendo menos, mas ela segue exatamente essa filosofia de consumo equilibrado.
As Novas Regras na Europa e o Debate sobre a Rotulagem de Álcool
Enquanto os jovens bebem menos por escolha, na Europa endurece as regras sobre o consumo de álcool.
A OMS recomendou que todas as garrafas de vinho tenham alertas sobre o câncer, assim como os avisos nos maços de cigarro no Brasil.
“O etiquetado se reconhece cada vez mais como um meio eficaz para mudança, já estamos vendo isso no campo da nutrição e do tabaco.” (Fonte)
A medida é polêmica. Defensores dizem que o consumidor tem direito à informação, mas críticos apontam que generalizações podem ser enganosas. Afinal, há diferenças entre um consumo moderado e um consumo abusivo.
O oncologista Vinay Prasad argumenta que não há consenso científico absoluto sobre a relação entre vinho e câncer. Alguns estudos sugerem que consumidores moderados podem até apresentar menor mortalidade geral do que abstêmios.
Ou seja, a relação entre álcool e saúde é complexa e precisa ser analisada com mais nuances.
O que podemos Aprender com a Geração Z?
Talvez o maior aprendizado seja simples: não precisamos beber só por beber.
A Geração Z nos ensina que podemos consumir álcool com consciência, com propósito e sem exageros.
Isso significa que devemos fazer como a Geração Z e parar de beber? Não.
Mas significa que podemos escolher melhor, entender melhor e consumir de forma mais inteligente.
Se a geração Z já compreendeu que o segredo não é beber mais, mas beber melhor, será que o resto do mundo consegue acompanhar essa mudança?
Ou será que vamos continuar bebendo no piloto automático?
Se você tivesse que ensinar para alguém mais jovem uma única regra sobre beber, qual seria?